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Interlúdio com Florbela - Algumas frases
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Dando continuidade a essa homenagem à Florbela, ela tinha algumas frases adoráveis. Veja esses exemplos: ...
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...Sua imagem era contra tudo o que esperavam dela. A da mulher escritora, rebelde e irreverente, avessa à publicidade, à glória, aos críticos e jornalistas, sem editor e sem dinheiro para dar a lume seus livros; orgulhosíssima, a ponto de jamais mendigar favores, "o que tem sido a minha suprema defesa", o "meu amparo e a minha força". Florbela não se diz católica, nem protestante, nem budista, nem maometana ou teosofista; enfim, afirma apenas não ser "nada"
"O meu racionalismo à Hegel, apoiado numa espécie de filosofia à Nietszche, chegou-me por muito tempo. Hoje...a minha sede de infinito é maior do que eu, do que o mundo, do que tudo, e o meu espiritualismo ultrapassa o céu".
...Sua imagem era contra tudo o que esperavam dela. A da mulher escritora, rebelde e irreverente, avessa à publicidade, à glória, aos críticos e jornalistas, sem editor e sem dinheiro para dar a lume seus livros; orgulhosíssima, a ponto de jamais mendigar favores, "o que tem sido a minha suprema defesa", o "meu amparo e a minha força". Florbela não se diz católica, nem protestante, nem budista, nem maometana ou teosofista; enfim, afirma apenas não ser "nada"
"O meu racionalismo à Hegel, apoiado numa espécie de filosofia à Nietszche, chegou-me por muito tempo. Hoje...a minha sede de infinito é maior do que eu, do que o mundo, do que tudo, e o meu espiritualismo ultrapassa o céu".
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...Com relação a morte, sua relação não tem culpa nem perdão. É a mais telúrica possível, como a reencontramos na sua obra, desprendida e ausente da sombra de qualquer consciência cristã - muito diversa, portanto, daquela que Battelli lhe imputaria. Florbela declara :
...Com relação a morte, sua relação não tem culpa nem perdão. É a mais telúrica possível, como a reencontramos na sua obra, desprendida e ausente da sombra de qualquer consciência cristã - muito diversa, portanto, daquela que Battelli lhe imputaria. Florbela declara :
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"A pantera está enjaulada e bem enjaulada, até que a morte lhe venha cerrar os olhos, e da sua miserável carcaça cinzele um tronco robusto a latejar de seiva, ou uma sôfrega raiz a procurar fundo a água que lhe mate a sede"
"A pantera está enjaulada e bem enjaulada, até que a morte lhe venha cerrar os olhos, e da sua miserável carcaça cinzele um tronco robusto a latejar de seiva, ou uma sôfrega raiz a procurar fundo a água que lhe mate a sede"
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(Trechos retirados do livro Poemas Florbela Espanca, de Maria Lúcia Dal Farra. Editora Martins Fontes)
(Trechos retirados do livro Poemas Florbela Espanca, de Maria Lúcia Dal Farra. Editora Martins Fontes)
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Outro poema adorável:
Outro poema adorável:
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Escreve-me...
Escreve-me...
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Escreve-me! ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
Escreve-me! ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
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Escreve-me! Há tanto tempo
Que não vejo, amor! Meu coração
Morreu, já e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração
Escreve-me! Há tanto tempo
Que não vejo, amor! Meu coração
Morreu, já e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração
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"Amo-te!" cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
"Amo-te!" cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
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Não queres mandar-me estas palavras apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
Não queres mandar-me estas palavras apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
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Mas voltando a falar dessa escritora, hoje podemos dizer que infelizmente ela nasceu e viveu numa época errada pois todo o período em que viveu e tentou se consolidar como escritora, foi motivos de chacotas, irônias e muita crítica. Possuidora de uma sensibilidade acima da média, não tinha medo em expor seus sentimentos mais íntimos transformando-os em poemas belíssimos que somente anos após sua morte passou a ser compreendido e admirado por todos.Podemos considerá-la uma das precursoras do feminismo português, o que explica o tanto de perseguições e incompreensões durante sua curta vida. Afinal, viveu intensamente num período em que a mulher não tinha voz numa sociedade machista e preconceituosa e tornou-se escritora, motivo a mais para causar polêmica afinal, nessa sociedade ser mulher, inteligente e tomar para sí, o desejo de tornar-se escritora e ainda por cima escrever sobre sentimentos e intimidades, ora, sem dúvida foi de causar muito desagrado entre os seus. Hoje, nós mulheres a compreendemos pois ela tornou-se a porta-voz dos sentimentos femininos e, falando sério: quem já não amou? quem já não sofreu por amor? quem já não cometeu loucuras em nome de um amor? Só mesmo quem ainda não amou, não é mesmo?
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Súplica (I)
Súplica (I)
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Digo para mim quando ele passa:
Ave maria, cheia de graça!
E quando ainda
Mal posso vê-lo:
Bendito Deus
Como ele é belo!
Digo para mim quando ele passa:
Ave maria, cheia de graça!
E quando ainda
Mal posso vê-lo:
Bendito Deus
Como ele é belo!
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Este post faz parte da Blogagem coletiva Interlúdio com Florbela, promovida pelo Blog Interlúdio.
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