quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Su do Blog Entre Marés

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VOZES DO MAR
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"Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...
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Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
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Tens cantos d'epopeias?Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
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Donde vem essa voz,ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!"
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(Florbela Espanca)
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DESEJOS VÃOS
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"Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
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Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão até da morte!
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Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
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E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras ... essas ... pisa-as toda a gente!"
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in, Desejos vãos (Florbela Espanca)
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Essa poesia é uma contribuição para a Blogagem Coletiva promovida pela Flor do blog Interlúdio, com a finalidade de espalhar um pouco de poesia e perfume das obras dessa grande poetisa portuguesa. Saiba mais sobre a Florbela AQUI!
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