sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Cristiane do Blog Fragmentos de Mim

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http://crispenaforte.blogspot.com/
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FLORBELA ESPANCA
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" Quem me dera

encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte,

estranho e duro,
Que dissesse a chorar

isto que sinto! "

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" Humildade"





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Toda a terra que pisas, eu q’ria, ajoelhada,
Beijar terna e humilde em lânguido fervor;
Q’ria poisar fervente a boca apaixonada
Em cada passo teu, ó meu bendito amor!
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De cada beijo meu, havia de nascer
Uma sangrenta flor! Ébria de luz, ardente!
No colo purpurino havia de trazer
Desfeito no perfume o mist’rioso Oriente!
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Q’ria depois colher essas flores reais,
Essas flores de sonho, estranhas, sensuais,
E lançar-tas aos pés em perfumados molhos.
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Bem paga ficaria, ó meu cruel amante!
Se, sobre elas, eu visse apenas um instante
Cair como um orvalho os teus divinos olhos!
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Florbela Espanca - Trocando olhares - 12/07/1916
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- 8 de dezembro de 1894 - 8 de dezembro de 1930
Florbela Espanca teve sua vida marcada por tristezas, e momentos difíceis, que terminam com a sua morte, por suicídio, no dia de seu aniversário. Uma vida sentida demais, um amor pulsante, que nos aparece em cada um de seus poemas.
Essa é a minha participação na Blogagem Coletiva proposta pelo Blog Interlúdio
Uma semana repleta de poesia para todos nós!
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Este post faz parte da Blogagem Coletiva Interlúdio com Florbela, promovida pelo Blog Interlúdio.

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