quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Isa do Blog Momentos Meus

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http://isa-momentosmeus.blogspot.com/
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Foi um sucesso enorme, comovedor, merecido, o "Interlúdio com Florbela".
Portugal e Brasil de mãos dadas, mais uma vez, prestando justa
Homenagem a uma Poetisa de Língua Portuguesa.
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Visitei vários blogs e fiquei encantada:
quadros belíssimos, retratando Florbela;
versos de poetas, em sua homenagem;
sentimento de reconhecimento pela Mulher intelectual,
sensível e de excepção que ela foi.
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Onde quer que estejas certamente te emocionaste!
Certamente "sentiste" a força daqueles que continuam a amar-te,
a respeitar-te, a ler-te!
Uma lágrima tua rolou até nós...
Deixámos-te um sorriso cúmplice.
Até sempre.
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FLORBELA ESPANCA
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Florbela de Alma Conceição Espanca nasceu a 8 de Dezembro de 1894, em Vila Viçosa. Estudou em Évora onde concluiu o curso liceal. Matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Nunca se sentiu feliz. Fracassou em dois casamentos e suicidou-se em Matosinhos, no dia 7 de Dezembro de 1930. Foi a sepultar no dia em que faria 36 anos.
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Mas...a Vida de alguém resume-se a datas, números frios, de nascimento e morte? O trajecto, por muito curto que seja, é só "isto"? A ânsia de Viver, a busca da Ternura, da Felicidade, não contam? Ser uma das precursoras do movimento de emancipação literária da mulher é mais uma achega?
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A poesia sensual, ardente, recheada de momentos de desalento e desencanto, de desejo premente de infinito, desnudam essa Alma sofredora até ao desespero.
Aprendi a amar a sua poesia bem menina. Quando não sabia o significado de palavras como: Morte, Amor, Tristeza... Pela voz da minha Mãe, pela sua forma de recitar, pela sua sensibilidade, cheguei até à Poeta.
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Escolhi para hoje uma poesia. É uma humilde forma de me juntar à "Homenagem a Floberla" promovida pelo blog http://interludioemflor.blogspot.com/
Aqui a deixo.
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Mendiga
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Na vida nada tenho e nada sou;
Eu ando a mendigar pelas estradas...
No silêncio das noites estreladas
Caminho, sem saber para onde vou!
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Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
Quem foi que sobre as ondas revoltadas
A minha taça de oiro espedaçou?
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Agora vou andando e mendigando,
Sem que um olhar dos mundos infinitos
Veja passar o verme, rastejando...
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Ah! quem me dera ser como os chacais
Uivando os brandos, rouquejando os gritos
Na solidão dos ermos matagais!...
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Este post faz parte da Blogagem Coletiva Interlúdio com Florbela, promovida pelo Blog Interlúdio.

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