Regina Ramão do Blog Brisa do Sul

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Florbela - a alma feminina em forma de poesia

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Conceito da poesia de Florbela Espanca

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Segundo Maria Lúcia Dal Farra: "Bíblia de inicição amorosa, dicionário das vicissitudes da mulher, livro-de-horas da dor."Assim como os mais brilhantes artistas plásticos, a poetisa portuguesa Florbela Espanca só obtém reconhecimento após a sua morte. Florbela suicidou-se em oito de dezembro de 1930, no último registro de seu diário, no dia dois de dezembro consta a única frase: "E não haver gestos novos nem palavras novas."Florbela transformou toda a angústia da maioria das mulheres, a virtude-vício de 'amar demais', em belíssimos poemas.Da sua antologia, edição da Martins Fontes, 1996, extraio um dos sonetos que embalam minha alma:

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Em Busca do Amor

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O meu Destino disse-me a chorar:
“Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.”

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Fui pela estrada a rir e a cantar
As contas do meu sonho desfiando…
E a noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando…

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Mesmo a um velho eu perguntei:
“Velhinho,viste o Amor acaso em teu caminho?”
E o velho estremeceu… olhou…e riu…

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Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados…
E eu paro a murmurar: “Ninguém o viu!…”

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Florbela Espanca - Livro de Mágoas

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Este post faz parte da Blogagem Coletiva Interlúdio com Florbela, promovido pelo Blog Interlúdio.

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