terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Vitória Meirelles do Blog Reclinada

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http://reclinada.blogspot.com/
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FLORBELA ESPANCA - BLOGAGEM COLETIVA
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Peço desculpa a quem organizou a blogagem coletiva, por não ter neste momento o link e não ter saído ontem. Estive todo o dia no Hospital com cólicas renais e assim continuo. Vim ver se tinha saído o rascunho programado. Aqui está o rascunho feito há mt tempo , espero que valha alguma coisa.
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Encontrei agora o comentario da flor...aqui vai o link
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BIOGRAFIA:Florbela Espanca, batizada Flor Bela Lobo (Vila Viçosa, Portugal; 8 de dezembro de 1894 — Foz do Douro, 8 de dezembro de 1930), foi uma poeta portuguesa. Precursora do movimento feminista em Portugal. Em 1903, aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte. Desde o início é muito clara sua precocidade e preferência a temas mais escusos e melancólicos.
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Fez Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Em 1903 Florbela Espanca escreveu a primeira poesia de que temos conhecimento, A Vida e a Morte. Casou-se no dia de seu aniversário em 1913, com Alberto Moutinho. Concluiu um curso de Letras em 1917, inscrevendo-se a seguir para cursar Direito, sendo a primeira mulher a frequentar este curso na Universidade de Lisboa. Sofreu um aborto involuntário em 1919, ano em que publicaria o Livro de Mágoas. É nessa época que Florbela começa a apresentar sintomas mais sérios de desequilíbrio mental. Em 1921 separou-se de Alberto Moutinho, passando a encarar o preconceito social decorrente disso. No ano seguinte casou-se pela segunda vez, com António Guimarães.
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O Livro de Sóror Saudade é publicado em 1923. Florbela sofreu novo aborto, e seu marido pediu o divórcio. Em 1925 casou-se pela terceira vez, com Mário Lage. A morte do irmão, Apeles (num acidente de avião), abala-a gravemente e inspira-a para a escrita de As Máscaras do Destino. Tentou o suicídio por duas vezes em Outubro e Novembro de 1930, às vésperas da publicação de sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, suicida-se no dia do seu aniversário, 8 de Dezembro de 1930.
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Charneca em Flor viria a ser publicado em janeiro de 1931. Em dois de dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase:
“… e não haver gestos novos nem palavras novas.”
Às duas horas do dia 8 de dezembro – no dia do seu aniversário Florbela D’Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo dois frascos de Veronal. Algumas décadas depois seus restos mortais são transportados para Vila Viçosa,
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“… a terra alentejana a que entranhadamente quero”.
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"Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder...para me encontrar...".
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Florbela e seu mapa astral:
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Em 8 de Dezembro de 1894, na alta madrugada , mais precisamente às 2h , nascia uma flor em Vila Viçosa , cidadezinha portuguesa. Muito embora tenha nascido com o Ascendente em Libra e sob a batuta de Vênus, Florbela despontou com o Senhor do Tempo ocupando a sua casa 1 e o signo de Escorpião.Sabe-se que a presença de planetas na casa 1 tem a possibilidade de mostrar como se deu o nascimento. E o de Florbela foi bastante curioso. Florbela é filha de Antónia da Conceição Lobo, mulher que o pai dela João Maria Espanca elege para ter filhos já que sua esposa Mariana do Carmo não consegue tê-los. Segundo um de seus biógrafos Rui Guedes, uma vez que Mariana não consegue lhe dar filhos, João Espanca a convence de um costume medieval e pouco popular à época. Se a esposa não era fértil, o marido poderia fazer um filho fora do lar que não haveria qualquer ilicitude, desde que escolhesse mulher humilde.Assim era a mãe de Florbela: humilde e simplória. E Florbela já nasce com a restrição materna. Sua mãe é de aluguel. Um parto de uma criança com Saturno na casa 1 em alguns casos é demorado e difícil. No caso de Florbela Rui Guedes assim o descreveu em sua obra: "Às 2 horas da madrugada de um sábado, na casa da Rua do Angerino em Vila Viçosa, Antónia da Conceição Lobo dá a luz a uma menina.
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Entre agonias e em dores tamanhas disseram-lhe: -É uma menina, é uma flor! E Antónia respondeu: - Flor se chamará... Horas depois, Mariana que tinha assistido ao nascimento, entra pelo quarto do marido com o bebé nos braços e acorda-o, e anuncia-lhe que finalmente era Pai. Para deitar a menina é usado um rico berço de pau santo trabalhado no século XVIII, o melhor que o pai, durante meses tinha conseguido encontrar..." O Saturno no nascimento na casa 1 faz um trígono para Júpiter em Câncer na casa 9 (exaltado e domiciliado). Ou seja, nasce de mulher humilde que demora horas para parir a flor, mas tão logo ela chega para o mundo da casa 9 se projeta para a jupiteriana riqueza. Florbela é deitada em esplendido, histórico, santo e abençoado berço. E com isso é cancerianamente acolhida. Nasceu de uma restrição da madrasta, que permitiu a mãe de aluguel e desde aí partiu para o mundo. Da restrição para a expansão... O Aspecto Saturno/júpiter encontra-se impregnado na fala de Florbela quando a mesma disse:
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"Vou descrever-lhe desde já meu péssimo caráter: sou triste, imensamente triste, duma tristeza amarga e doentia que a mim própria me faz rir às vezes. É só disto que eu rio, e aqui tem V.Exa. no carácter uma sombra negra, enorme, medonha: a hipocrisia!..."
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"..Eu digo-lhe já como são meus cabelos e meus olhos: os cabelos são negros, mas ainda assim nem tanto quanto a minha alma, pelo menos com o vestido que traz hoje; e os olhos são pardos, sombrios , profundos e maus. Sou pálida, alta e delgada..."
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"...Não conto a ninguém esta tristíssima inferioridade de me sentir exilada de toda a alegria sã, franca; não mostro a ninguém a miséria de inadaptável, de insaciada..."
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Ela se auto-descreve com "adjetivos" saturninos mesclados com o escorpião e ao mesmo tempo temperados com o expansivo exagero jupiteriano... Ela se manifesta acerca da falta de adaptação(limitação-Saturno) e ao mesmo tempo se vê como insaciada(poço sem fundo-Júpiter)... Ascendente em Libra/Sol conjunção com Vênus Florbela nasce sagitariana, arqueira e certeira e com o Ascendente no signo de Libra. O regente do seu tema natal, Vênus, encontra-se numa deslumbrante conjunção com o Sol despontando nos fins de uma Casa 2, podendo ser plenamente considerada como sendo Casa 3. Demonstrando que das palavras Florbela fez o seu o melhor uso, extraindo destas todo e qualquer significado e expressão, manejando-as, como quem maneja uma marionete, pois com elas jogava e brincava, improvisava e sugeria , cunhava e lapidava , inventava e curtia. Esta flor, que antes de tudo era bela, e um dia seria uma mulher, talentosa e esteta, capaz de respirar em águas densas e profundas, capaz de vir à tona e traduzir seus mergulhos em palavras.Palavras costuradas, bordadas, talhadas e expressadas em forma de sonetos, ricos e sinceros, marcantes e provocantes, intensos e fiéis à esta mulher dotada da arte de se expor e exibir seus fluxos e refluxos, seus altos vôos e seus baixos abismos existenciais.
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O Sol na casa 3, sempre presente em seus poemas, marca a presença do irmão o pisciano Apeles, filho da mesma mãe e do mesmo pai. Ela sofreu muito quando ele morreu. Além do irmão, marca também a presença do pai. O pai que foi sapateiro, antiquário, viajante e cinematógrafo. O pai criativo, herói e aventureiro. "Embora ele seja imenso Vogando pelo ideal, O coração que me deste, Ó Pai bondoso é leal!" Sol-Vênus em Oposição a Netuno-Plutão Florbela escreveu o que era, o que sentiu, o que viveu. Ainda que os seus pés não tocassem o chão, tamanho era o seu flutuar. Esta mulher Sol-Vênus na casa 3 tinha uma tatuagem indelével , um aspecto que está presente em sua poesia : Sol-Vênus encontram-se em oposição à Plutão-Netuno em Gêmeos na casa 8. Sua poesia viva, vibra e é mais do que o real, vai além do real , além das nuvens , além dos oceanos , além dos mundos tanto dos céus , quanto dos infernos ... imaginários e concretos...
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“Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!...”
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Segundo um de seus estudiosos José Régio: Florbela é a expressão poética de um caso humano. E esse eixo casa 3 e casa 8 é que o mais exorta a sua trajetória existencial , a sua gangorra ora em luzes ora em trevas. Disse ainda o ilustre crítico :
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" Florbela viveu a fundo esses estados , quer de depressão , quer de exaltação , quer de concentração em si mesma, quer de dispersão em tudo, que na sua poesia atingem tão vibrante expressão."
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Estas palavras, ditas pelo erudito português, são a tradução deste aspecto. Florbela viveu buscando conciliar seus mais íntimos paradoxos, mas apenas o conseguiu em suas poesias....Sempre oscilando o tema vida e morte.....solvenus netunoplutão:
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DESEJO
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“ Quero-te ao pé de mim na hora de morrer.
Quero, ao partir, levar-te todo suavidade,
Ó doce olhar de sonho , ó vida dum viver
Amortalhado sempre à luz de uma saudade!...”
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Lua-Marte em Áries Diferentemente da relação que tinha com o pai, Florbela teve inúmeros conflitos com a mãe e com as madrastas. A Lua não encontrava propicia para a harmonia com a figura materna. Florbela foi coerente com a sua verdade, pioneira em sua época , mal compreendida por ter nascido mulher e poetisa , por ter insuflado um amor além de qualquer fronteira. Esta Lua-Marte de casa 7 amava ansiosamente e clamava intermitente por um Marte.... Marte Amante...Marte Príncipe, Marte Amigo , Marte Guerreiro , Marte Deus...e neste Marte projetava seus sonhos... “Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo! Colhe a hora que passa, hora divina, Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo! Sinto-me alegre e forte! Sou menina!..” Muito à frente de seu tempo, Florbela conjugou o verbo lutar inúmeras vezes : Lutou para estudar no Liceu e conseguiu. Lutou para se divorciar duas vezes e conseguiu. Lutou para ser mãe, mas infelizmente foi frustrada no seu intento, pois ela acabou por abortar duas vezes e seus casamentos acabaram logo depois.
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poema que mais gosto de Florbela:
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Ser poeta
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"Ser poeta é ser mais alto,é ser maior
Do que os homens!Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem
do Reino de Aquém e de Além Dor!
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É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
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É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
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E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!"
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Este post faz parte da Blogagem Coletiva Interlúdio com Florbela, organizada pelo Blog http://interludioemflor.blogspot.com/Interlúdio.
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