domingo, 21 de dezembro de 2008

Luma do Blog Luz de Luma, Yes Party

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http://luzdeluma.blogspot.com/
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Prince Charmant
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No lânguido esmaecer das amorosas
Tardes que morrem voluptuosamente
Procurei-O no meio de toda a gente.
Procurei-O em horas silenciosas
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Das noites da minh’alma tenebrosas!
Boca sangrando beijos, flor que sente…
Olhos postos num sonho, humildemente…
Mãos cheias de violetas e de rosas…
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E nunca O encontrei!… Prince Charmant
Como audaz cavaleiro em velhas lendas
Virá, talvez, nas névoas da manhã!
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Ah! Toda a nossa vida anda a quimera
Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas…
- Nunca se encontra Aquele que se espera!…


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Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade
Imagens - Studio Jelena
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Dentre Alice Modeno, Domitilda de Carvalho e Branca Colaço, escritoras do século XIX, destaca-se, no princípio do século XX, a escritora Florbela Espanca - poetisa lírica que desnuda a alma feminina, dando-lhe um corpo sexuado e sensual, onde o prazer também existe.
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Veja mais do erótico eu-lírico na obra de Florbela Espanca em poemas e sonetos:
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Nervos d’oiro e Amar.
Versos de orgulho,
Passeio no campo,
Charneca em flor,
Poema sem título,
Cravos vermelhos,
O nosso mundo,
Verdades cruéis,
Folhas de rosa,
Flor do sonho,
Horas rubras,
Languidez,
Mocidade,
Outonal,
Volúpia,
Desafio,
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Florbela de Alma da Conceição Espanca acrescentou à cultura lusitana inovação, transformação e ruptura de valores sociais e uma proposta mais ampla sobre a vida.
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Sua poesia, produto de uma sensibilidade exacerbada, corresponde a um diário íntimo onde extravasa lutas travadas dentro de si, suas tendências e sentimentos opositores. Poesia confissional com aspecto cálido, eloqüente e sincero, mostrando abertamente suas vontades de mulher apaixonada.
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Erótica e emocionalmente insatisfeita, numa sociedade que não compreende seus conflitos íntimos e escorraçada por não querer as aparências que catalogam os moralistas, torna-se panteísta.
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Passa a derramar amores pela natureza, que logo se transforma em ternuras melancólicas louvando a mãe-terra e com os nervos levados à exaustão, acaba por pedir repouso ao solo e morre. Talvez de suicídio, em 1930.
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Poesia:
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Juvenília,1931;
Livro de Mágoas,1919;
Livro de Sóror Saudade,1923;
Reliquiae,1931;
Charneca em Flor,1931
Contos: As Máscaras do Destino,1931;
Dominó Negro, 1931.
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Este texto é parte integrante da Blogagem Coletiva
"Interlúdio com Florbela",
organizada por Flor .

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